Na Memória de um Sonho

Desperto no calor que restou
desta noite fria

os olhos não querem abrir
pressentem o pressagio
que chega

a preguiça percorre os poros
e não me deixa erguer a vontade

os gestos presos nos lençóis
arranham-me as entranhas

o suor que me percorre as veias
adivinha o que as horas prometem
trazer

e a saudade não esconde
o desaforo que me faz sentir

Toca o Telefone
és tu (e dizes):
Parti....
Adeus!

Porto de Abrigo

Fica em mim
por mais um segundo

Abraça-me
só por um momento

Beija-me
a vontade aguda do desejo

Guarda-me
em ti o que fui

Protege-me
no teu peito o que te dei

e Não me deixes perder
nesses sentidos agudos
da vida

Não me soltes ao vento
nessa luz
quando é em ti
que quero ficar

Faz-me deixar cair
as lágrimas do tempo

Faz-me sarar as feridas
do jeito

e Traz-me sempre a saudade
no calor dessa tua imagem
pra que a memoria da viagem
fique eterna em mim

Peço-te

Só Hoje

um pedacinho de ti!
em mim...

Adeus

Hoje quis um abraço teu
uma palavra amiga
e os momentos da tua vida

Hoje quis um sorriso teu
uma mão que consola
e um olhar de quem sente
que não ficas por aqui...

Hoje a saudade ficou
cravada na alma
sem que nada a faça apagar


Quero ser egoísta
como tantos outros
Quero rasgar-me por dentro
como só as lágrimas o sabem fazer
Quero desesperar
como só a angustia me sabe fazer sentir
Quero gritar
o que a saudade me pede a dizer

Quero somente

Um pedaço teu colado bem dentro
de mim
onde só tu sabes me encontrar...

Hoje perdi-te pra Ele

Descansa em Paz Tio-Avô Zé!