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“Difícil não é lutar por aquilo que se quer, e sim desistir daquilo que mais se ama.(...) » Bob Marley

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Encontro


Salto
para dentro de mim

(mais uma vez)

Deixo correr
o cheiro quente
do teu sabor

Perco-me
nesse perfume
entranhado

no chão roído
as fendas soltam
o grito
escondido

Desenrolo
a ferida perdida
no relógio

mostra(s) a ausência
habito sem esforço

Rasgo-me de orgulho
sangro as lágrimas
mais profundas

finjo ter-te
sentir-te (no) presente
foste futuro
(no) passado

longe vão as horas
longe vai a dor...
gestos isolados
nas memórias

forjados
por caricias ilusórias

Fecho a saudade

Chegou a Hora

Tenho de ir!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Cúmplices


As palavras caem
no chão
como folhas secas
sem rumo

A voz afónica sai
trémula e vaporosa
sem respirar

Aquilo que queria dizer
perdeu-se no tempo

Hoje revi-me
no reflexo
de ti!

teus olhos falaram
os meus!? (perguntas-te)
fugiram...
fugiram... (gritei)
desse reflexo manchado
de lembranças

que escondem-se
quando as sangro

Apanho as lágrimas
soltas
as palavras
perdidas

o corpo não resiste
a memória falha

lençol manchado
de orgulho
de dor
de mágoa

Fixo-me
nas tábuas velhas

da cómoda

a cumplicidade fugiu
(já há muito)
e parece não querer
se encaixar
de novo em mim

Memória triste
gasta
perdida
nesta soleira
(fingida)

onde eu e tu
amámos


E
Onde
fiquei sentada
à espera de ti ...

sábado, 13 de setembro de 2008

Inverno Amado


Abri a janela
cidade dorme
escondida nas luzes
que a Fazem Brilhar
Cheira-me a Ti
Cheira-me a mim
o Abraço escondido
no silencio desta noite
Faz-me perder
Percorro as casas
iluminadas de sentimentos
sentidas , perfumadas
Cheiram a Ti
Cheiram a mim
Solta-se o desejo
escondido no avesso
do mundo
Encontro-me
Estradas vazias
cheias de segredos
cravados na calçada gasta
Cheira a Ti
Cheira a mim
Vou à procura
do que resta de mim
nesse porto de abrigo
Deixo-me Fechar
Aquele café
(que já foi nosso)
procuro-te no balcão corrido
já não estás...
(Mas) Cheira a Ti
Cheira a mim
Cheiro dessa noite mágica
gravado no tempo
gravado na cidade
que nos viu amar
e chorar...
Cheiro da Chuva
perdida nos becos escondidos
Cheiro do quente
dos corpos sequiosos
de dor...
Cheiro de Inverno
que foi Amado
na noite que traz
sempre Saudade...
Dedicado à Jo

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Perco-me (S)em Ti

Escondo-me
entre a vontade
mais tímida de mim

Descobres em mim
o desejo fechado
na gaveta da cómoda

Perco-me
no teu aroma

a Jasmim e flores
pura fragrância
em dia de Primavera


Acho-me
no teu sorriso abafado

Deixo-me percorrer
no beijo quente
da nossa inocência

Fazes de mim
um segredo
por escrever

Imploro ao tempo
pra me amarrar
na Saudade...

Perco-me assim...
(s)em ti...